Caso do bolo envenenado com arsênio: marido de suspeita relata briga sobre Natal com a sogra

O caso do envenenamento com arsênio em um bolo que matou três pessoas no Rio Grande do Sul, em dezembro de 2024, ganhou novos desdobramentos com o depoimento de Diego dos Anjos, marido da principal suspeita, Deise Moura dos Anjos, que está presa desde o dia 5 de janeiro. Diego revelou à Polícia Civil que, pouco mais de um mês antes do crime, teve uma discussão com a esposa sobre onde a mãe dele, Zeli dos Anjos, passaria o Natal.

De acordo com o depoimento, Deise queria que Zeli passasse o Natal com ela, Diego e o filho do casal, de nove anos. Porém, Zeli preferia comemorar o feriado com as irmãs, que, posteriormente, foram vítimas do bolo envenenado. A discussão entre o casal ocorreu no dia 21 de novembro e foi tão intensa que Diego precisou segurar a esposa pelos braços, já que ela teria jogado roupas nele. Após o episódio, Diego foi para a casa de sua mãe e só retornou ao lar quatro dias depois, em 25 de novembro.

Envenenamento e vítimas

O envenenamento ocorreu no dia 23 de dezembro, quando as irmãs Maida Berenice Flores da Silva (58 anos), Tatiana Denize Silva dos Santos (43 anos) e Neusa Denise da Silva dos Anjos (65 anos) consumiram um bolo contaminado com arsênio. Neusa morreu em decorrência de um choque pós-intoxicação alimentar, enquanto Maida e Tatiana sofreram paradas cardiorrespiratórias.

Deise também é suspeita de envenenar o sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro de 2024. Após a exumação do corpo, exames comprovaram a presença de arsênio. Segundo relatos, Deise já havia ameaçado a sogra, Zeli, e teria problemas frequentes com ela.

Além das vítimas fatais, exames detectaram arsênio na urina de Diego e do filho do casal, o que levanta a suspeita de que o veneno tenha sido colocado em um suco de manga consumido por ambos. Diego relatou ter sofrido “vômitos violentos” após ingerir a bebida.

Em depoimento, Diego afirmou não saber se acredita na inocência de Deise, mas disse que “não acredita que ela teria envenenado a farinha para atingir toda a família”. A suspeita inicial, reforçada por Zeli, é de que o plano de Deise tinha como alvo apenas a sogra. Apesar disso, Diego destacou que sua esposa costumava ter intrigas com outras pessoas, especialmente em redes sociais, mas nunca havia percebido algo mais grave em seu comportamento.

Investigação e prisão da suspeita

Deise Moura dos Anjos está presa preventivamente e segue como a principal suspeita dos crimes. A polícia investiga se houve premeditação e quais foram as circunstâncias exatas dos envenenamentos. O caso chamou atenção pela gravidade e pelo histórico de conflitos familiares que culminaram em tragédias sucessivas.

A Justiça e a Polícia Civil continuam analisando as provas, incluindo laudos periciais, depoimentos e a relação entre os episódios de envenenamento, para determinar as responsabilidades e os motivos que levaram ao crime.

By Paula Santinati

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